Dificilmente se encontra uma definição tão adequada para o Dim Brinquedim, quanto a sugerida pelo escritor cearense, Flávio Paiva. Para ele, o artista de Pindoretama é como um Midas da Fantasia, um ser dotado da virtude de transformar tudo que toca em brincadeira e imaginação.

Nascido e criado em Camocim, município litorâneo do Estado do Ceará, Dim cresceu em contato com a natureza. Quando criança gostava de explorar e observar tudo atentamente. “Tudo que eu via, queria fazer, eu brincava com tudo: no inverno eu brincava de fazer canoa com casco de melancia, e colocava uns palitinhos nos maxixes e eles se transformavam em bois e cavalos, depois eu fazia um curral e brincava de vaqueiro”, relata. Com olhar incessantemente criativo, ia se construindo na mente daquela criança um mundo inteiro de diversão e fantasia.

Dim nunca parou de brincar. Pode-se dizer, inclusive, que se não houvesse brincadeira, não haveria Dim. Sua capacidade de olhar o mundo com alegria e imaginação é justamente o que movimenta seu trabalho e suas investigações. “O mais sério da vida pra mim é o brincar, levar a vida a sério é considerar seriamente que o objetivo maior da vida é a felicidade”, diz o artista. 

Para o artista, a infância parece um estado permanente, um movimento contínuo da alma de quem cria. Assim a obra de Dim é um convite para brincar e despertar em cada um o brincante que deixamos adormecer. Um gênio, na definição do poeta francês Charles Baudelaire, para quem a genialidade “nada mais é do que uma infância recapturada à vontade”.

Como uma convocação aos brincantes, a exposição Brinquedim, Brinquetu, Brincamos Nós, realizada pelo Cineteatro São Luiz, em parceria com o Museu Brinquedim, reúne brinquedos, esculturas, quadros e toda a infinidade de frutos das mirabolâncias desse artista singular, além de uma breve apresentação de seu Museu Brinquedim no município de Pindoretama onde todas essas brincadeiras podem ser experimentadas pessoalmente.