Como quem presta demasiada atenção ao que na cara o mundo esfrega, anda Amanda traduzindo tal mundão como quem transita entre o concreto e o abstrato, o belo e o sublime, arrebatando-nos como bem o fizeram Frida de lá, Tarsila de cá.
A sua arte como um amálgama de referências e marcas que atravessam alma, pele e corpo.
Edilson Pereira, escritor e professor.
Lázaro
Tinta acrílica s/ tela
100x160cm
A Força
Tinta acrílica e pva s/ tela
80x120cm
Carregar o Ouro
Tinta PVA s/ tela
60x40cm
Comunhão
Tinta acrílica s/ tela
50x50cm
Delirium Tremens
Tinta acrílica, PVA e latéx s/ tela
80x60cm
Dentro, breu
Tinta acrílica s/ tela
30x24cm
A trajetória cinza de uma identidade ambígua, mestiça, multirracial, branco encardido, pretinho claro, nem isso, nem aquilo, apenas cinza.
Do lado de dentro da névoa o observador enxerga um tom cinza-duvidoso. Do lado de fora, a névoa que já se dissipou, anuncia a cinza certeza.
Percorrendo em asfalto quente cinza-escuro, num ritmo irregular-desesperado junto a matilha de vira-latas-caramelo-cinza, paramos pra lamber as feridas uns dos outros, muitos ficam para trás. Surgem bolhas de sangue nos pés e o olhos seguem fixos no fundo da linha do horizonte cinza.
O rastro de fumaça cinza conta a história do que queimou.
A ponta vermelha do chicote que também estala em cinza. Um estupro cinza. Um crime passional com as bênçãos de uma quarta-feira de cinzas. A redenção cinza.
É mais aceitável o cinza, mas um passo a mais já não lhes desce a garganta. Retorne aos subtons.
Vamos celebrar! o amor é cinza, disse Mateus como lembrete, ou presse. A celebração, a comunhão, a retomada, o gozo, o dengo é mais gostoso em dias cinzas.
A ponta do pincel manchado de cinza recriando a história. Vejo cinza como um início em cor.
Equilíbrio
Tinta acrílica e PVA s/ tela
30x20cm
Inundando um sonho
Tinta acrílica e PVA s/ tela
30x20cm
Mar Absoluto
Tinta acrílica e PVA s/ tela
100x120cm
Mistério do Planeta
Tinta acrílica e PVA s/ tela
80x60cm
Terra Para Quem Nela
Vive E Trabalha 1
Tinta acrílica e PVA s/ tela
20x30cm
Terra Para Quem Nela
Vive E Trabalha 2
Tinta acrílica e PVA s/ tela
20x30cm
Transbordando
Tinta acrílica e PVA s/ tela
20x30cm
minibio
Amanda Nunes desenvolve uma investigação a cerca da trajetória de um corpo multiracial, feminino e periférico, que é sintetizado em sua obra como um corpo cinza. Corpo este que conjuga com diversos elementos simbólicos da cultura popular brasileira e da iconografia cristã, corpo que carrega sua história na pele.
Sua produção assumidamente Neo Naïf tem pressa e necessidade de falar e ser ouvida através das imagens, desobedecendo normas e técnicas academicistas, recria e conta histórias com início, meio e fim, transitando pelo universo ordinário e onírico, consegue conduzir o olhar do observador pela narrativa através da escolha dos símbolos, da composição e das cores.
Em ruas ou em galerias, sua obra discute temas urgentes e propõe criar memórias para as próximas gerações que estejam em semelhança identitária.
FICHA TÉCNICA
Curadoria - Amanda Nunes
Produção Executiva - Nefertith Andrade
Produção - Mairla Costa
Equipe de Gravação - Arthur Luz
Designer e Montagem - Yule Bernardo
Assessoria de Imprensa - Monique Linhares
Estagiária de Comunicação - Isabela Queiroz