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TÃO TRÁGICO QUE É POÉTICO

BLECAUTE

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favela é lugar de paz e alegria pras crianças

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jogador

“Tão trágico que é poético” é uma exposição criada por Helder Carlos, também conhecido como blecaute, um jovem negro de 21 anos nascido e criado no Conjunto Riacho Doce, localizado no bairro Passaré. Sendo autodidata e começando nas artes visuais no final de 2019, ele busca, por meio da arte, levantar questões filosóficas e sociológicas que percorrem o corpo, a mente e o espírito da população africana em diáspora. O nome da exposição, por si só, narra tanto o que se encontra em cada trabalho quanto o seu público e seus objetivos, pois mostrar a poesia por trás da tragédia é o mesmo que os filósofos sempre buscaram ao tentar tirar o véu que cobre a verdade, ou o que o Dr. Khalid Mohammed chamou de “levantar as saias do papa”. De fato, analisar com transparência a questão do Preto do século XXI se prova como algo necessário, tanto para a própria população preta e periférica que sente de fato o que cada obra narra, como também para aqueles que buscam compreender o outro lado desta moeda.

 

A missão do artista é pensar acerca de questões do seu tempo presente e para isso, é necessário que se conheça o seu passado, ou seja, a História. É exatamente isso que esta exposição propõe, o sentimento de pertencimento, e mostrar que as histórias contadas nos livros didáticos e o que é ensinado desde a infância são histórias criadas pelos dominadores. A partir de agora, é a visão do antes agredido, antes dominado, antes escravizado acerca de si e dos fatos concretos deste mundo que mantém à vista suas raízes colonialistas. Esta narrativa sem censura realiza filosoficamente a práxis, concretizando um dos objetivos de blecaute e da filosofia de uma maneira geral, mostrando que arte e Filosofia pode sim andar de mãos dadas, e que é possível que periféricos e negros usem da arte para expressar ciência.

Infelizmente acostumados com a violência, felizmente preparados para ela..jpg

Infelizmente acostumados com a violência, felizmente preparados para ela.

Ícaro, hoje nem o sol me derruba.jpg

Ícaro, hoje nem o sol me derruba

Hoje de bike, amanhã de Yamaha.jpg

Hoje de bike, amanhã de Yamaha

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cotidiano 2.0

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Enquanto Deus não ver, deixa que nois resolve.jpg

Enquanto Deus não ver, deixa que nois resolve

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A partir do meu sangue... Arte

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A partir do meu sangue... Arte

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anjo

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cães bravos

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vocês conseguem

me ver?

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trajado 

de nike 2.0

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sem tÍtULO

(BRAZIL É SEU PARTIDO)

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renascença

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Quero ver tu no meio da guerra não puxar o gatilho.jpg

quero ver tu no meio da guerra não puxar o gatilho

Quantas vidas negras equivalem a uma vida branca_ .jpg

Quantas vidas negras equivalem a uma vida branca 

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oto patamar

Devemos ter consciência de que, devido ao Brasil caótico que observamos de alguns anos para cá, a série de ataques à liberdade de expressão que decai a todos que criticam de alguma forma o Estado, põe-se com o triplo de peso sobre os ombros da população preta. Em verdade, afirma-se que desde que os negros foram trazidos de outro continente em navios em situações piores que a própria morte física, sem passaporte, mas legalmente aos olhos daqueles que governavam essas terras, todo levantar de tom, todo levantar de cabeça é brutalmente silenciado. Acreditando-se que este espaço seja voltado para a concretização de liberdades, chegamos ao próximo ponto, o retorno positivo que a exposição trará para a sociedade. Como já falado, por conta do colonialismo, as vozes da população preta e de povos tradicionais foram silenciadas, e como filósofos como Frantz Fanon, Aimé Césaire e Achille Mbembe demonstraram no século XX, não se pode conhecer uma história apenas sabendo a versão dos “vencedores”, então, ao garantir que essas vozes sejam ouvidas, estamos permitindo a possibilidade de resolução de sérios problemas abordados por blecaute com sensibilidade.

Pisando no céu enquanto eles se perguntam _como esse negro não cai_.jpg

Pisando no céu enquanto eles se perguntam como esse negro não cai

Ódio mútuo.jpg

ódio mútuo

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naquele pique

Noite estrelada. Todos irmãos que se foram hoje novamente brilham.jpg

Noite estrelada. Todos irmãos que se foram hoje novamente brilham

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o negro é frii

Não se pode separar paz de liberdade.jpg

Não se pode separar paz

de liberdade

Não é sobre posse, é sobre poder.jpg

não é sóbre posse,

é sobre poder

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Mulher preta segurando tecido branco manchando com seu sangue vermelho, vermelho, vermelho

Mulher preta segurando tecido branco manchando com seu sangue vermelho, vermelho, vermelho

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lágrimas de lala

minibio

blecaute é licenciando em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e concretiza seus estudos acadêmicos por meio da arte. Sendo um homem negro e um artista autodidata, busca levantar questionamentos e soluções no tocante a episteme e cultura do africano em diáspora, aprofundando-se em problemáticas decoloniais, tais como a coisificação, que busca destruir subjetividades a fim de desumanizar colonizados, e as doenças psíquicas que corroem o colonizado de dentro para fora. Com obras que abordam o crime, o confronto, a glória do povo preto, seu portfólio conta com passagem por Masp, Museu do Isolamento e festival LABRFF, ocorrido em Los Angeles. Blecaute, com

transparência, expõe estudos e filosofia de vida influenciado por Malcolm X, Frantz Fanon, Marcus Garvey, Aimé Cesaire e Mano Brown.

FICHA TÉCNICA

Curadoria - blecaute

Produção Executiva - Nefertith Andrade

Produção - Mairla Costa

Equipe de Gravação - Guilherme Silva e Artur Luz

Designer e Montagem - Yule Bernardo

Assessoria de Imprensa - Monique Linhares

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