



O mundo, talvez, nasça do sonho de um indígena muito antigo, no começo dos tempos, onde não havia luz, nem o barulho dos rios correndo livres. Antes desse mundo já havia mundo. Hoje, em meio ao avanço do capitalismo desenfreado, que consome recursos naturais e não nos deixa nem ver a luz e nem escutar o barulho do rio (esse soterrado nas grandes cidades), temos a missão de sonhar novamente.
Os trabalhos dos artistas indígenas não são somente arte, mas também são ecologia, memória, resistência secular, e sonhos, que precisamos reparar: que imagens cultivamos a partir disso?
Hoje, em meio ao avanço do capitalismo desenfreado, que consome recursos naturais e não nos deixa nem ver a luz e nem escutar o barulho do rio (esse soterrado nas grandes cidades), temos a missão de sonhar novamente. Assim, trazemos sonhos de vários artistas indígenas do estado do Ceará, que, espalhados por pequena s ilhas de território tradicional, criam mundos melhores no seu ativismo, pesquisas e principalmente através da arte.
"Eu tive um sonho" e "Eu sonhei com" foram falas que estiveram presentes nas narrativas desses artistas sobre seus processos artísticos e de escolha das produções. Seja sonho como encontro e convivência em momento de descanso e silêncio físico, seja sonho como plantação, seja sonho como sussurro da memória; no que se refere aos povos das fronteiras do território cearense, os sonhos são ancestrais presentes tanto reivindicando retomadas, como guiança de corpos e espíritos que experimentam esse percurso que é a vida. O sonho é parte pulsante num cotidiano desgarrado de desesperos materiais, onde permite que portas se abram para cocriação com Universo em todas as suas manifestações na Natureza.
As imagens de artistas indígenas aqui são flechas disparadas contra os projetos de apagamento das nações originárias. Um movimento que rasga os espaços e que, com a possibilidade de perceber seu trajeto fotografado, desenhado e escrito, permite que reparemos nas pluralidades que permeiam esses artistas e em seus modos de estarem em contato com mundos.
Iago Barreto e Ka
Imagem: Hevelly Anacé



Adriane Kariú Oliveira
Artista, tatuadora e designer Kariú-Kariri natural do Gama - DF, com raízes no Ceará. Formada em Design de Moda pelo Instituto de Ensino Superior de Brasília - IESB e cursando Licenciatura em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília - UnB. Sua pesquisa artística é uma investigação da experiência do corpo sobre o físico e o metafísico, do inconsciente coletivo, desterritorialização, memória familiar e do voltar a atenção às coisas vivas. Aborda também temáticas referentes à maternidade, identidade e decolonialidade por meio da observação, registro, experimentação, colecionismo imagético, deslocamento de sentido e esmiuçamento dos cânones da tradição da arte. Trabalha com pintura, arte digital, desenho, fotografia, colagem, gravura, animação e escultura como suas linguagens. É integrante do Coletivo Tamain de Arte indígena.



Alleff Utah Itapewa
Me chamo Alleft Utah, sou Indigena do Povo Iapeba da cidade de Caucaia-CE. Sou fotógrafo Indígena. Tenho trabalhos publicados na Ill Mostra do Cara indigena-IFCE. Tenho trabalho fotográfico publicado
pelo FOTO. Componho o Grupo de comunicadores JIC. Faço parte do Coletivo de Artistas Indígenas TAMAIN.



Aruena Tabajara
Me chamo Arvena Tabajara, sou Indígena do Povo Tabajara da Aldeia Cajueiro de Poranga-ce. Sou Fotógrafa Indígena, Tenho trabalho fotográfico publicado em uma exposição do Dragão do Mar Componho o Grupo de Comunicadores NIC. Faco parte do Coletivo de Artistas Indigenas TAMAIN.



Byya Kanindé
Meu nome é Antonia Beatriz Silva Lourenço, conhecida como Byya Kanindé, tenho 19 anos, sou indígena do povo Kanindé de Aratuba, zona rural, sempre morei na Aldeia, ex estudante da Escola Manoel Francisco dos Santos, estudante de hotelaria no IFCE de Baturité, estou no laboratório de artes visuais do Porto Iracema das Artes com o projeto “O saber das plantas medicinas”, sou membra dos grupos de jovens indígenas do estado do Ceará “Tamain, JIC(Juventude indígena conectada) monitora do Museu Kanindé,artista de fotografia indígena, faço meus registros deste meus 14 anos, sou médium, descobri com meus 15 anos de idade, isso me faz ser mais forte e lutar no fortalecimento do meu povo.
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Débora Anacé
Sou Débora Anacé, tenho 24 anos, moro na Reserva Indígena Taba dos Anacé. Faço pedagogia na Universidade Estadual do Ceará, estou no 8 semestre. Durante o curso fui bolsista de Iniciação Científica onde estudei sobre a relação educação e pobreza e a crise estrutural do capital. No momento estou fazendo um estudo sobre políticas de acesso e permanência de estudantes indígenas na Universidade Estadual do Ceará. Faço parte da juventude indígena Anacé e também faço parte do coletivo Tamain que é um coletivo de artistas indígenas do Ceará. Sou fotógrafa indígena já tive foto premiada pelo prêmio de fotografia indígena br. Tenho fotos publicadas no e-book A banalidade do mal e na revista Laudelinas número 2 que é uma revista que reúne vozes de mulheres de toda parte do Brasil. No ano de 2021 realizei minha primeira exposição solo.



Georgia Cardoso
Georgia Cardoso (Fortaleza, 1986) é filha de ex-camponeses e de origem indígena por parte de pai e mãe (Anacé e Tabajara). Atualmente reside entre Fortaleza e Cascavel e serve de diferentes plataformas criativas para resgatar e catalogar memórias familiares originárias e refletir sobre temas pertinentes como ancestralidade e direitos humanos. Formada em Design de Moda pela UFC, morou três anos na França, aonde estagiou na incubadora de novos designers Village des Créateurs e na Université de la Mode Lyon/2008-2009). Realizou cursos livres de pintura e desenho na École des Beaux-Arts e Atelier Saint-Fargeau (Paris/2009-2010). Em João Pessoa (2013), realizou uma especialização em Artes visuais no SENAC/PB.



Hevelly Anacé
Olá, me chamo Hevelly Anacé, sempre gostei muito de fotografia, porém só tirava fotos pelo celular, mas uma vez uma amiga" Debóra Anacé" me chamou pra irmos fotografar e começei a ter contato direto com camêras, fui me apaixonando mais ainda é, e a "Debóra" me abriu grandes portas juntamente com meu amigo "iago" também ajuda muito incentiva muito,hoje com 14 anos participo dos grupos Juventude Indígena Conectada(JIC) do tamain arte Indígena e da Articulação Jovem Anacé(AJA).



Iraê Tremembé
Nascido e residente na Aldeia Córrego João Pereira, Itarema,CE, Iraê Tremembé é indígena do povo Tremembé. Artista visual e liderança jovem. Fundador e diretor da marca IT ARTESANATOS, é membro do Projeto Paba, e dos coletivos Tamain Arte Indígena, Juventude Indígena Conectada. Um dos organizadores do Coletivo da Juventude Tremembé do Córrego e coordena o Projeto Ytacoatiara (de pinturas e artes visuais).



Jennifer Pitaguary
Meu nome é Jennifer Pitaguary, Sempre gostei de fotografia porém só eram feitas por celular, hoje com 19 anos desenvolvi mais habilidade depois de uma oficina. Administro a página Território Pitaguary, e faço parte da Juventude Indígena Conectada (JIC), Juventude Indígena Pitaguary (JIP) , Artesã, e comunicadora da FEPOINCE.



Jéssica Anacé
Sou Jéssica Anacé, liderança da juventude Aimirim Anacé, nascida na aldeia Mangabeira, fotógrafa, parte do grupo tamain e com um forte desejo de ser jornalista. Fui monitora do Cine Japuara e do projeto Sertão vai Virar Mar, projeto audiovisual junto a assentamentos e ao povo kanindé.



Juciane Kanindé
Meu nome é Juciane Rocha Aprigio, conhecida como Juciane Kanindé, tenho 29 anos, sou indígena do povo Kanindé de Canindé, militante indígena, moro na Aldeia Gameleira, ex estudante da Escola Indígena Expedito Oliveira Rocha, sou membra dos grupos de jovens indígenas do estado do Ceará “Tamain, JIC(Juventude indígena conectada) amante de fotografias. Resistência! “Somos os donos e não invasores”!



Junior Potyguara
Indígena da etnia Potyguara e natural da Serra das Matas, em Monsenhor Tabosa (CE), residente na aldeia Vila Nova (zona urbana), periferia Alto da Boa Vista, Conhecido como Junior Potyguara tenho 24 anos sou artista visual, utilizando técnica de desenhos coloridos com inspirações do sagrado e sentimentos livres esporádicos. Faço parte do coletivo Tamain de artistas indígenas do Ceará, onde expõe as lutas indígenas por meio da arte, retomada e protestos.



Ka
Brotou na periferia de Fortaleza/ Ceará. É experimentadora e desfruta a Arte como laboratório e expressão das investigações, vivências e reflexões, atuando de diversas formas nos espaços culturais e artísticos. No momento, colabora na idealização da Carcará Foto Conferência e no Grupo Tamain (grupo com artistas indígenas de território cearense). Nos percursos mais recentes, pesquisa e reflete sobre arquivos e memórias ancestrais e familiares, utilizando as Artes Visuais como espaço e ferramenta de experimentação no processo de retomada de consciência da sua memória indígena.


Luana Amorim
Indígena em retomada, natural de Ocara. Integrante do Grupo Tamain. Estudante de Cinema e Audiovisual na Universidade Federal do Ceará. Em seus trabalhos, atuou como Assistente de Direção no curta Imersão (2017), Assistente de Produção em Quero Ser Helena (participante do Festival de Cinema de Caruaru) e Produção em Indelével (2018).




Lucas Sipya Kariri
Lucas Sipya Kariri é estudante de Licenciatura em História na Uece, militante da juventude indigena de Crateús, membro da Retomada Kariri e conselheiro municipal de Cultura de Crateús, artista visual, fotógrafo e parte do grupo Tamain de arte indígena.



Merremii Karão Jaguaribaras
Militante indígena; Artista Visual/Plástica; Agricultora; Ambientalista; Poestisa; Artesã; Graduanda em Sociologia pela Unilab-Ce. Luto pela garantia e o mantimento do direito a diversidade, minha atuação se apresenta de forma efetiva onde muitas vezes faço a ponte das línguas de meu povo para a língua do Estado e vice versa. Na arte preservo e promovo os saberes ancestrais em diversas linguagens: nas Taowás (pinturas e grafismos); na música através do som, dança e filosofia; Poesias, artesanato, entre outras artes que fortalece nossas práticas de bem viver.


Paulo Karão
Militante indígena, músico artesão, agricultor e ambientalista, moro no Kalembre Feijão, na divisa de Aratuba e Canindé [Ceará].




Rodrigo Tremembé
Nascido e residente na Aldeia Córrego João Pereira, Itarema,CE, Rodrigo Tremembé é indígena do povo Tremembé. Graduado em Geografia, estilista de Moda Indígena, Artista visual e liderança jovem. Fundador e diretor criativo da Tremembé (marca de vestuário Indígena Tremembé) , é membro da Revista Inspiração Teen, Projeto Paba, Neabi Acaraú, e dos coletivos Tamain Arte Indígena, Juventude Indígena Conectada. É fundador do Coletivo da Juventude Tremembé do Córrego João Pereira e coordena o Projeto Ytacoatiara (de pinturas e artes visuais).



Sthefany Tremembé
Eu Sthefany Tremembé, tenho 19 anos, sou residente na terra indígena Corrégo João Pereira, Itarema- Ceará, estou cursando Letras- Português e Inglês na Universidade Pitágoras de Sobral Ceará, estou no Terceiro semestre. Sou mobilizadora do grupo de Juventude Tremembé do Corrégo, sou membro do projeto Ytacoatiara que é um projeto de pinturas e Grafismos, também maquiadora e grafista de rosto indígena, pertenço ao coletivo Tamain que é um grupo que foi criado e que tem artistas indígenas de todo o Ceará e também do Juventude indigena conectada, sou criadora de conteúdo nas plataformas Instagram e Tik Tok.



Thais Anacé
Sou Thaís Anacé, tenho 20 anos, sou do povo Anacé-CE, Membra da Articulação Jovem Anacé, do grupo de artistas TAMAIN, Graduanda do curso Artes Visuais pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. A fotografia é uma das áreas que mais me identifico, ela me permite esperar o cotidiano e costumes do meu povo.



Virginia
Sou Virgínia, indígena em retomada, busco dar continuidade aos passos de meus troncos maternos e paternos, que estão nas terras de Acaraú, Almofala e Itapipoca. Sou artista visual, minha linguagem é o desenho, através dele me projeto nas plantas, folhagens e águas, lugares onde me sinto segura e acolhida. Canto e componho músicas que falam de memórias de tempos que não tenho conta, mas que existem entre mim e meus ancestrais. Além disso, também sou arquiteta e urbanista, formada pela UFC e estou fazendo mestrado em Urbanismo pela UFBA.



Vitória
Faço do desenho um mapa de minhas trajetórias familiares, memórias, ancestralidade e fortalecimento de minha identidade indígena. É através do criar que me aproximo do criador enquanto semente que há em mim. Semente que está presente em minha árvore ancestral plantada nos territórios de Acaraú, Almofala e Itapipoca através dos caminhos que meus pais, avós e tataravós trilharam e trilham até hoje.



Yakecan Potyguara
Atriz, Ativista Indígena Potyguara, Fotografia | Fundadora: @indigenaslgbt_crateus
Comunycadora:@fepoince | @juventude_indigena_conectada



Yasmin Anacé
Oi, meu nome é Yasmin Policarpo. Tenho 12 anos,comecei a tirar fotos só por diversão, aí o "Iago"e a "Débora" falaram que eu tinha potencial para começar a tirar fotos. Segui tirando fotos e me apaixonando pela fotografia. A partir daí entrei pro Tamain e participo de grupos daqui da reserva indígena anacé.
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FICHA TÉCNICA
Curadoria
Iago Barreto e Ka
Produção Executiva
Nefertith Andrade
Produção
Monique Linhares
Equipe de Gravação
Artur Luz
Montagem e Design
Yule Bernardo
Assessoria de Imprensa
Monique Linhares