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Fortaleza recebe 15ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos comparticipação de diretores cearenses

  • Letícia Feitosa
  • há 6 horas
  • 6 min de leitura

Programação gratuita acontece de 26 a 29 de novembro, no Cineteatro São Luiz. A mostra, promovida pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, discute a questão ambiental, predominantemente, a partir de povos originários e comunidades tradicionais


Do Colo da Terra. Foto: Divulgação
Do Colo da Terra. Foto: Divulgação

A 15ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, com o tema “Direitos humanos e emergência climática: rumo a um futuro sustentável”, acontece em Fortaleza entre 26 e 29 de novembro. Durante os quatro dias, no Cineteatro São Luiz, o público terá a oportunidade de conferir, sobretudo, produções de cineastas indígenas, quilombolas e ribeirinhos — grupos que são os mais vulnerabilizados pela crise climática, mas também os que guardam as práticas mais sustentáveis. A programação é inteiramente gratuita e aberta ao público.


Realizada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), a mostra percorre 12 capitais brasileiras, sendo uma das principais e mais longevas ações da pasta voltadas à educação e cultura em direitos humanos, reconhecendo o audiovisual como ferramenta de transformação social. A edição 2025 tem parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio do Curso de Cinema e Audiovisual, e em Fortaleza conta com o apoio institucional da Secretaria da Juventude de Fortaleza e da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult-CE).


A cineasta Sueli Maxakali será a homenageada desta edição. Liderança dos Tikmũ’ũn, povo indígena originário de uma região compreendida entre os atuais estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo, ela é professora, fotógrafa, multiartista, cineasta e doutora por Notório Saber em Letras: Estudos Literários, pela Universidade Federal de Minas Gerais.


Sueli Maxakali será a homenageada desta edição. Foto: divulgação
Sueli Maxakali será a homenageada desta edição. Foto: divulgação

O filme mais recente da homenageada, “Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá” (2025), será exibido na 15a Mostra Cinema e Direitos Humanos. É um filme de busca pelo pai com quem ela não conviveu, porque a ditadura militar o separou da família. O longa, codirigido com Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna, foi premiado no Festival de Brasília, no Cachoeira Doc e na Mostra Ecofalante. Confira o teaser AQUI.


LISTA DE FILMES E CEARENSES EM DESTAQUE


O programa que irá percorrer o Brasil tem curadoria de Beatriz Furtado, realizadora audiovisual e professora do Instituto de Cultura e Arte (UFC), e de Janaina de Paula, jornalista e pesquisadora em audiovisual. Além de “Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá”, foram selecionados outros 20 filmes, divididos em quatro sessões temáticas. Todas as sessões contam com Libras e Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE), garantindo acessibilidade e inclusão.


Convidados locais participam de debate após as exibições, propondo um diálogo entre realizadores, pessoas da luta social e pesquisadores. A atividade conta com interpretação em Libras. A sessão de abertura, dia 26 de novembro, contará com a presença da Cacique Pequena, primeira cacique mulher reconhecida no Brasil, que lidera o povo Jenipapo Kanindé no Ceará.


Dos 21 filmes selecionados, três são produções cearenses. São eles, “Faísca”, de Barbara Matias Kariri, sobre mulheres de gerações diferentes que se mobilizam para o retorno das onças; “As Lavadeiras do Rio Acaraú transformam a embarcação em nave de condução”, do multiartista indígena Kulumym-Açu , uma obra com o fluxo das águas do rio que atravessa a cidade de Sobral; “No início do mundo”, de Camilla Osório, é uma animação sobre uma menina que encontra força nas histórias de sua avó para superar momentos difíceis.


A sessão infantil apresenta o longa “Chico Bento e a goiabeira maraviósa”, de Fernando Fraiha, além de curtas e médias metragens que representam a diversidade regional brasileira. Com três filmes, a sessão Terra/Nêgo Bispo ressalta o papel fundamental dos povos quilombolas pela força do pensamento de Bispo, um dos maiores intelectuais contemporâneos brasileiros, falecido em 2023. A sessão Águas/Antônia Melo faz referência à fundadora do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, em Altamira (PA), que mobilizou comunidades em oposição ao projeto da Hidrelétrica de Belo Monte, e reúne seis filmes atravessados pela questão hídrica. A sessão Floresta/Raoni rende homenagem ao líder caiapó, internacionalmente conhecido por suas lutas em favor dos povos indígenas e da Amazônia - tema central dos quatro filmes apresentados.


OFICINA


Como parte da programação, a Mostra Cinema e Direitos Humanos realiza em todas as cidades contempladas, nas semanas que antecedem a exibição de filmes, uma oficina de formação. Este ano, a atividade tem como tema: “Imagens do comum: cinema, educação e direitos humanos”. Em Fortaleza, a atividade aconteceu no Cuca Jangurussu, nos dias 11 e 12 de novembro, com Camilla Osório. A oficineira, diretora de um dos filmes que compõem a mostra este ano, é formada em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Ceará e tem vasta experiência na interseção entre cinema e educação.


A oficina visa promover a sensibilização e reflexão crítica acerca da cultura dos direitos humanos a partir do contato com a linguagem e com a prática do cinema. Por meio da exibição de filmes brasileiros, da proposição de práticas de criação audiovisual e de momentos de conversa em torno das imagens produzidas, a atividade discute como o respeito à dignidade humana também está atrelado aos modos de representação dos diferentes sujeitos nas imagens, refletindo sobre as questões éticas, estéticas e políticas

implicadas no ato de filmar a si, o outro e o território.


Em encontros que somam nove horas/aula, os alunos são estimulados a se apropriarem do cinema como ferramenta de afirmação cultural, de preservação de saberes e fazeres tradicionais, de relação sensível com a terra e o território, além da valorização das diferentes identidades e modos de vida que constituem a multiplicidade da sociedade brasileira.


HISTÓRICO DA MOSTRA


A Mostra Cinema e Direitos Humanos é uma estratégia do Governo Federal para a consolidação da educação e da cultura em Direitos Humanos, entendendo o audiovisual nacional como forte aliado na construção de uma nova mentalidade coletiva para o exercício da solidariedade e do respeito às diferenças.


Criada em 2006, com a finalidade de celebrar o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a mostra amplia e diversifica os espaços de informações e debates sobre direitos humanos, por meio da linguagem cinematográfica, tornando-se instrumento valioso de diálogo e transformação para públicos com pouco ou nenhum conhecimento sobre direitos humanos.


PROGRAMAÇÃO


>> Dia 1 - 26/11, quarta-feira

- Sessão de abertura - 18h

Classificação indicativa: 12 anos


Solenidade

Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá (2024, 90')

Direção: Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna


>> Dia 2 - 27/11, quinta-feira

- Sessão infantil 1 - 8h30

Classificação indicativa: Livre


Amazônia sem garimpo (2022, 6'34")

Direção: Tiago Carvalho e Julia Bernstein


No início do mundo (2025, 7'46")

Direção: Camilla Osório


Chico Bento e a goiabeira maraviósa (2025, 90')

Direção: Fernando Fraiha


- Sessão Nego Bispo (Terra) - 14h

Classificação indicativa: 12 anos


Eu sou raiz (2022, 7')

Direção: Cíntia Lima e Lílian de Alcântara


Ainda há moradores aqui (2025, 42'50")

Direção: Tiago Rodrigues


Pau d’arco (2025, 89')

Direção: Ana Aranha


>> Dia 3 - 28/11, sexta-feira

Sessão infantil 2 + debate - 8h30

Classificação indicativa: Livre


Ga vī: a voz do barro (2021, 10'40")

Direção: Ana Letícia Meira Schweig, Angélica Domingos, Cleber kronun de Almeida,

Eduardo Santos Schaan, Geórgia de Macedo Garcia, Gilda Wankyly Kuita, Iracema Gãh

Té Nascimento, Kassiane Schwingel, Marcus A. S. Wittmann, Nyg Kuita, Vini

Albernaz


Òsányìn: O segredo das folhas (2021, 22')

Direção: Pâmela Peregrino


Do colo da Terra (2025, 75')

Direção: Renata Meirelles e David Vêluz


Sessão Antônia Melo (Águas) + debate - 14h

Classificação indicativa: 12 anos


Kutala (2025, 5’)

Direção: Fábio Martins


Rio de mulheres (2009, 21')

Direção: Cristina Maure e Joana Oliveira


Cerrado, coração das águas: Conexão caatinga (2025, 16'46")

Direção: Fellipe Abreu e Luis Felipe Silva


As lavadeiras do rio Acaraú transformam a embarcação em nave de condução (2021,

12')

Direção: Kulumym-Açu


Volta Grande (2020, 27')

Direção: Fábio Nascimento


Rua do Pescador, No 6 (2025, 72')

Direção: Bárbara Paz


>> Dia 4 - 29/11, sábado

Sessão Raoni (Floresta) + debate - 17h

Classificação indicativa: 14 anos


SUKANDE KASÁKÁ | Terra doente (2025, 30')

Direção: Kamikia Kisedje, Fred Rahal


Faísca (2025, 12')

Direção: Barbara Matias Kariri


Grão (2020, 16')

Direção: Adriana Miranda


Curupira e a máquina do destino (2021, 25’)

Direção: Janaína Wagner


Sessão de encerramento + debate - 19h

Classificação indicativa: 12 anos


Sede de Rio (2024, 72')

Direção: Marcelo Abreu Góis


SERVIÇO

15ª Mostra Cinema e Direitos Humanos em Fortaleza

Quando: De 26 a 29 de novembro de 2025

Onde: Cineteatro São Luiz (Rua Major Facundo, 500, no Centro)

Gratuito

Classificação indicativa: confira a programação

Realização: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e Curso de

Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Realização: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e Curso de

Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará (UFC)

 
 
 

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