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por iago barreto

Um olhar aproximado dos afetos entre os povos indígenas do Ceará. Essas fotos são de assembleias políticas, de marchas, momentos de luta, mas não são sobre isso diretamente. São sobre maneiras de se ter afeto em meio a todas as lutas, de poder parar, abraçar, sorris, acreditar em um mundo melhor. São fotografias de amigos, de pessoas com quem convivo, bandeiras de luta, pois são todos guerreiros de uma guerra secular, com os afetos que continuam a crescer mesmo em um cenário desolado, sendo sementes para florescer esperança.

- Iago Barreto.

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A amiga Acauã Pitaguary sorrindo. Não sei quando essa foto foi tirada. Com tantos dias e encontros com a Acauã, pode ter sido neste ano de 2020 ou em 2016.

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Cacique Climério Anacé e Lucy Pitaguary (mãe da Acauã) se reencontrando durante protesto na BR-222, entre Caucaia e Fortaleza. 

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Magna Tabajara, da aldeia Jucá. Essa fotografia foi tirada durante o Encontro da Juventude Indígena de Aratuba, em 2019. Acho uma foto engraçada porque ela não tinha parado um minuto do dia e, de repente, estava plena.

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Gleidson Karão levando a Chiquinha na subida da serra no Calembre Feijão.

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Um abraço da Janaína Jenipapo-Kanindé. Uma saudade do abraço dessa amiga. A última vez que a vi, ela estava grávida. Hoje está com seu filho, saudável, que ainda não pude conhecer pessoalmente. Saudades dos abraços.

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Um cheiro do Welligton na Samara, ambos do povo Anacé. O povo Anacé vive um violento processo de invasão de terras, e, mesmo assim, o amor vive para que a luta continue.

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Letícia Tremembé no abraço da avó dela. Tem anos que fotografo a Letícia e me assusto com o quanto ela cresce rápido. Me pergunto qual tamanho ela vai ter quando essa pandemia passar.

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Dias Holanda Potyguara e seu filho Kauê. Tem uns anos que conheço o Dias, mas só em 2019 conheci os filhos dele. A gente sempre senta pra conversar e cachimbar. Hoje cachimbamos longe um do outro, mas colocando energia para um reencontro. 

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Marlon Pitaguary, filho do Cacique Maurício. Ele quase nunca deixa eu fotografá-lo, desde que nasceu. Eu vi o Marlon aprender a andar, a falar, a participar de rituais. Espero poder vê-lo se tornando mais um guerreiro do seu povo.

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A amizade do Cacique Climério Anacé e Samuel Tapeba. Em meio à luta, existem afetos e laços entre todos os povos indígenas.

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Patrícia Jenipapo-Kanindé e seu filho. Para ser honesto, não tenho cem por cento de certeza que essa foto é minha. A filha da Patrícia, Emille, foi minha primeira aluna na aldeia, e com 12 anos me fez pensar muito sobre preto e branco - ela adora. A foto é minha, mas com clara influência da Emille.

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Mateus Tremembé pintando durante a Festa do Murici e do Batiputá neste ano de 2020. Mal sabíamos que era uma calmaria antes da tempestade. Acho que nesse dia o Mateus me ensinou a trançar palha de coco, algo no qual sou muito ruim e espero que ele tente me ensinar de novo quando nos reencontrarmos.

Perto da Terra,

saudade de amigos e lutas em meio à pandemia.

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Iago Barreto. Arte-Educador, artista, comunicador comunitário. É colaborador do Museu Indígena
Tremembé desde 2014. É professor na formação de cineastas indígenas no povo Kanindé, Tapeba e Pitaguary; e professor fixo na Escola de Cinema Indígena Jenipapo-Kanindé desde 2018.

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